Uma amiga que faz aniversário um mês antes de mim sempre ouve a mesma
pergunta quando ligo para dar os parabéns: “Como é a sensação de fazer tal
idade?”. É assim desde que nos conhecemos, ainda crianças, e acabou ficando,
digamos, tradicional.
Mês passado, ao ouvir o “Alô?”, ataquei com a perguntinha de sempre.
“Como é a sensação de fazer 43 anos?”. E foi a primeira vez que me dei conta
realmente do tempo que passou. Embora muito antes de fazer aniversário já diga
que estou com 43, quando indaguei minha amiga senti um frio no estômago. “Será
que ainda é possível brincar com isso?”
Até que poucos dias atrás quem teve de responder à pergunta fui eu.
Talvez pelo clima esquisito que dezembro provoca, refletir em mais (ou menos)
um ano de vida não era exatamente o que estava a fim de fazer por hora. Ainda
me considero nova, meu terapeuta diz que minha curva profissional está
em franca ascendência e segundo meus médicos minha saúde é excelente. Mas
outros fatores fazem parte dessa avaliação e não há como fugir: meu filho faz
14 anos também neste mês e já está namorando; meu corpo mudou radicalmente após
o tratamento contra o câncer de mama, portanto, aquela juventude toda foi
envenenada pela quimioterapia; já não tenho saco para programas badalados, com
muita gente, muito barulho, papo sem noção. A isso, prefiro meu sofá, meu
livro, meu notebook, música ‘ouvível’ e ar-condicionado.
Posso garantir que não sou nem estou ranzinza; apenas já passei por essa
fase e agora quero outra. E é uma boa reflexão a fazer, a uma semana
de completar 43 anos. Lembro o Arthur Dapieve ao escrever
que não diria nada sobre Rock in Rio, que não iria ao Rock in Rio, porque tudo
que deveria viver disso já vivera e que agora está curtindo música clássica. Bom,
de música clássica curto e entendo pouca coisa, mas prestes a encarar mais um
ano dos ‘enta’, posso dizer que sinto certa invejinha do meu colega.
Minha reflexão está apenas no início. Vai atravessar o Natal, o dia do
aniversário, os festejos de Ano Novo, os agradecimentos e pedidos a Iemanjá a
beira-mar. Depois disso, já estarei com as promessas de renovação todas
agendadas e, quem sabe, possa delinear melhor o que resultou de tanta
autoavaliação. Porém, uma coisa posso garantir aos que ainda chegarão nessa
fase da vida: tá muito bão.
.
3 comentários:
43? Eu fiz o contrário 34! rsrs
Amiga, com toda a bagagem que vc tem, dá vontade de ter 43, mas com sua cabeça!!
Bjus Genis ♥
... e que história é essa do meu menino Caio tá namorando??? Diga a ele que eu não deixei! rsrsrs
"Tempo tempo tempo tempo... Compositor de destinos". bjuuuus
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