Nos anos em que nada sabia, tudo era bonito e a família éramos
pai, mãe, irmãos e eu.
Gostava de Natal naquele tempo em que ainda colocava os
sapatinhos atrás da porta, quando ganhei minha boneca Katy e em outra vez um
piano bem pequeno. Gostei de Natal quando o encontro em casa era sereno, apenas
nós, nossa paz, nosso amor, o presépio e a árvore.
Não sei quando deixei de gostar do Natal.
Em algum momento tudo – tudo mesmo – deixou de fazer
sentido. Natal tornou-se sinônimo de obrigação. Não mais por amor, mas por
compromisso, para agradar, porque não pode deixar de fazer e tanto eu quanto a
maioria das pessoas segue não deixando de fazer. E o Natal? O que é mesmo o
Natal?
Tentam me confortar buscando
explicações comuns. “Também, né, tantas perdas recentes”. “De repente você não
vê o mesmo sentido que as outras pessoas, mas que tal buscar o seu?” Hã? Onde? No
shopping? No supermercado entupido? No trânsito ainda mais deseducado porque é
Natal?
Confesso que sinto certa inveja
de quem gosta do Natal. Queria conhecer o tal espírito natalino, senti-lo,
vivenciar este clima que dizem envolver a maioria das pessoas. Sinceramente, o único
clima que consigo sentir é de tumulto, confusão, solidariedade forçada, má
vontade disfarçada, narizes torcidos e expressões mascaradas. Por quê?
Para os cristãos celebra-se o nascimento de Jesus Cristo, mas ele não nasceu dia 25 de dezembro.
Essa data foi planejada no calendário. E se eu não fosse cristã, como deveria
passar o Natal? Talvez em paz, sem a quantidade de entreveros que essa ocasião
me causa. Não acredito no que se apregoa por conta do
Natal. Não creio que devo gastar o que não tenho com presentes para esse ou aquele.
Não creio que devo obrigar meu filho a ficar colado no meu calcanhar na noite de
24 para 25 só porque é Natal. Não creio que comendo e bebendo um absurdo estou celebrando
o nascimento de Jesus.
Queria apenas que o meu dia 25 de
dezembro passasse. Como todos os dias do ano. Com a saúde em dia, com amor e
harmonia dentro da minha casa, com o tantão de trabalho que tenho, encontros com amigos, frescor na alma e alegria de
viver. Só. Não é pedir demais.
.
4 comentários:
Olá Bela!
Vc como sempre lendo nossos mais íntimos sentimentos...
Obrigada por expressar aquilo que muitas vezes não sabemos como...
Beijos, saúde, felicidades hoje e sempre...
Giovana
Assim como você tive natais que ficaram para sempre na minha memória, mas sou obrigado a reconhecer que o verdadeiro sentido desta festa está sendo cada vez mais deixado de lado.
Hoje, como você bem colocou no texto, há toda uma preocupação voltada em agradar as pessoas, comprar as coisas mais caras possíveis para a ceia, distribuir muitos presentes, beber até cair, enfim uma série de fatores que nos fazem esquecer o verdadeiro sentido desta festa, que é o de comemorar o aniversário de Cristo, e para o qual os cristãos devem estar voltados.
Infelizmente a maioria das pessoas esquece disso e busca fazer mais uma festa.
Para terminar vamos dar um rápido pulo na história desta data para esclarecer que o dia 25 de dezembro NUNCA foi a data de nascimento do Senhor Jesus, mas sim ela foi aproveitada de várias festas uma delas dedicada ao “deus” sol.
Quem desejar saber mais, se a minha amiga e cronista predileta me permite, recomendo acessar ao site www.jornalmundogospel.com . Lá há toda a história do que antecedeu ao decreto que determinou ser este o dia do nascimento de Jesus.
Posso repetir o mesmo comentário que fiz no seu post sobre Natal no ano pasado?? Rsrsrsr...
"Eu fico meio alheia a isso tudo. Não faço correria, realizo minhas tarefas normalmente e tento não entrar na paranóia de fim de ano que chamo de "insanidade comercial" - que afeta muita gente em dezembro.
Minha única preocupação é celebrar o nascimento de Jesus e estar com minha família para as festas de Natal e Reveillón - que eu AMO.
Lá não temos o hábito de trocar presentes, então nos reunimos pelo amor e união da família!"
Oi minha amiga!
inteligente como sempre...
adorei! beijos,
Josephina.
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