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19 de dezembro de 2011

Como é a sensação?


Uma amiga que faz aniversário um mês antes de mim sempre ouve a mesma pergunta quando ligo para dar os parabéns: “Como é a sensação de fazer tal idade?”. É assim desde que nos conhecemos, ainda crianças, e acabou ficando, digamos, tradicional.

Mês passado, ao ouvir o “Alô?”, ataquei com a perguntinha de sempre. “Como é a sensação de fazer 43 anos?”. E foi a primeira vez que me dei conta realmente do tempo que passou. Embora muito antes de fazer aniversário já diga que estou com 43, quando indaguei minha amiga senti um frio no estômago. “Será que ainda é possível brincar com isso?”

Até que poucos dias atrás quem teve de responder à pergunta fui eu. Talvez pelo clima esquisito que dezembro provoca, refletir em mais (ou menos) um ano de vida não era exatamente o que estava a fim de fazer por hora. Ainda me considero nova, meu terapeuta diz que minha curva profissional está em franca ascendência e segundo meus médicos minha saúde é excelente. Mas outros fatores fazem parte dessa avaliação e não há como fugir: meu filho faz 14 anos também neste mês e já está namorando; meu corpo mudou radicalmente após o tratamento contra o câncer de mama, portanto, aquela juventude toda foi envenenada pela quimioterapia; já não tenho saco para programas badalados, com muita gente, muito barulho, papo sem noção. A isso, prefiro meu sofá, meu livro, meu notebook, música ‘ouvível’ e ar-condicionado.

Posso garantir que não sou nem estou ranzinza; apenas já passei por essa fase e agora quero outra. E é uma boa reflexão a fazer, a uma semana de completar 43 anos. Lembro o Arthur Dapieve ao escrever que não diria nada sobre Rock in Rio, que não iria ao Rock in Rio, porque tudo que deveria viver disso já vivera e que agora está curtindo música clássica. Bom, de música clássica curto e entendo pouca coisa, mas prestes a encarar mais um ano dos ‘enta’, posso dizer que sinto certa invejinha do meu colega.

Minha reflexão está apenas no início. Vai atravessar o Natal, o dia do aniversário, os festejos de Ano Novo, os agradecimentos e pedidos a Iemanjá a beira-mar. Depois disso, já estarei com as promessas de renovação todas agendadas e, quem sabe, possa delinear melhor o que resultou de tanta autoavaliação. Porém, uma coisa posso garantir aos que ainda chegarão nessa fase da vida: tá muito bão.
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3 comentários:

Genislene Borges disse...

43? Eu fiz o contrário 34! rsrs
Amiga, com toda a bagagem que vc tem, dá vontade de ter 43, mas com sua cabeça!!
Bjus Genis ♥

Genislene Borges disse...

... e que história é essa do meu menino Caio tá namorando??? Diga a ele que eu não deixei! rsrsrs

Carol Cunha disse...

"Tempo tempo tempo tempo... Compositor de destinos". bjuuuus