vento na fresta da janela
folhas do antúrio batendo no vidro
carros passando (ou voando?) no estradão
motor da geladeira
asas da mariposa
televisão do vizinho
choro do bebê do vizinho
a voz da mulher do vizinho
água caindo na caixa d'água
pipa balançando ao sabor do vento no fio do poste
cachorros latindo nas ruas
meus cachorros latindo no portão
minha respiração
a caneta no papel
10 comentários:
Uau! Isso me lembra muito Poesia Concreta.
Adorei.
Não resisti... foi pto blog!
Faltou os aplausos e assobios de quem terá o prazer de ler...Bravo!!!
Tenho raros momentos de insônia. Na próxima vez eu paro pra reparar.
Já ouviu a sábiá, cantando 3 hs da matina, pode?
Ow! Eu ouço tirosss!!! Moro na favela, lembra? rsrsrsrs.
Adorei o texto... beijo
Amei o texto amiga... sem contar que é uma ótima ideia pra passar as intermináveis horas da madrugada.
Meu prédio fica em uma esquina movimentada. Praça, posto de gasolina com loja de conveniência, ponto de táxi, bares, bares, bares...
Ouço de tudo um pouco. Gargalhada, conversa de taxista, briga de namorado. No posto de gasolina ouço de funk a sertanejo, dependendo do gosto do motorista. Em uma das noites que perdi o sono rolou até uma partida de futebol, taxistas x frentistas.
Por morar em uma das cidades mais bem planejadas da região (risos), também tenho a oportunidade de escutar o barulho do trem cortando a cidade.
Isso em dias normais, de segunda a sexta-feira e sem finais de campeonato.
Bjs
Nossa, como todoss dizem. Realmente um escritor é inspirado a qualquer hora. Prece um poema profundooo. adorei.
Esqueci de acrescentar: em minhas raras noites de isônia ouço as minhas lágrimas caindo sobre o papel, eu sempre me desespero rsrs
É pau, é pedra... é o fim do caminho, é um resto de toco, é um pouco sozinho... É um caco de vidro, é a vida é o sol, é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol...
Eu me lembrei das ÁGUAS DE MARÇO...apesar da Primavera catastrófica que agita o planeta. Gostei muito... bejosssss
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