Páginas

6 de março de 2012

Apesar de


Mais uma vez depois de um choro. Mais uma vez depois de uma música que me reporta à infância. Mais uma vez saudade. E, mais uma vez, após o choro, a conclusão: tenho que conseguir continuar tocando a vida apesar de tudo.

Apesar de tudo.

Como se vive apesar de..!

Desde enfrentar o dia de trabalho, apesar do sono, até permanecer inteira, apesar de uma perda dolorosa. O tempo todo, dia a dia, estou (estamos) apesar de.

Estranho como a gente não se dá conta disso, no processo diário de cumprir os compromissos e obrigações. Vai-se fazendo; aprende-se a cair e levantar; não dá deste jeito, acomoda-se de outro; está complicado assim, muda-se. Afinal, a vida sempre empurra para a frente.

Porém, não sei se o correto seria viver apesar de, ou se seria mais acertado me conhecer melhor para, então, encontrar novas formas de adaptação à minha própria realidade. Em algum ponto da minha cabeça tonta algo me diz que viver apesar de pode ser como jogar debaixo do tapete o que fica atrás do apesar de.

Parece confuso. Mas me dei conta que estou sempre apesar de tanta coisa, que começo a me incomodar. Que tal ser mais livre, ou melhor, mais leve?

As pessoas a minha volta também vivem apesar de. Você aí também toca seu barco apesar de. Vida que segue apesar de. Tem que ser, mesmo, assim?
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como dizia a minha mãe, na sua sábia inocência: Aquilo que não temo solução, solucionado está... então é seguir a vida em frente e fazer novo e de novo.