Mais uma vez depois de um choro. Mais uma vez depois de uma
música que me reporta à infância. Mais uma vez saudade. E, mais uma vez, após o
choro, a conclusão: tenho que conseguir continuar tocando a vida apesar de
tudo.
Apesar de tudo.
Como se vive apesar de..!
Desde enfrentar o dia de trabalho, apesar do sono, até
permanecer inteira, apesar de uma perda dolorosa. O tempo todo, dia a dia,
estou (estamos) apesar de.
Estranho como a gente não se dá conta disso, no processo
diário de cumprir os compromissos e obrigações. Vai-se fazendo; aprende-se a
cair e levantar; não dá deste jeito, acomoda-se de outro; está complicado
assim, muda-se. Afinal, a vida sempre empurra para a frente.
Porém, não sei se o correto seria viver apesar de, ou se seria
mais acertado me conhecer melhor para, então, encontrar novas formas de
adaptação à minha própria realidade. Em algum ponto da minha cabeça tonta algo
me diz que viver apesar de pode ser como jogar debaixo do tapete o que fica
atrás do apesar de.
Parece confuso. Mas me dei conta que estou sempre apesar de
tanta coisa, que começo a me incomodar. Que tal ser mais livre, ou melhor, mais
leve?
As pessoas a minha volta também vivem apesar de. Você aí
também toca seu barco apesar de. Vida que segue apesar de. Tem que ser, mesmo,
assim?
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Um comentário:
Como dizia a minha mãe, na sua sábia inocência: Aquilo que não temo solução, solucionado está... então é seguir a vida em frente e fazer novo e de novo.
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