“A proposta deste livro é de mapear a produção literária de autoria feminina, sobretudo dos séculos XX e XXI, sem deixar, porém, de lançar um olhar sobre as precursoras oitocentistas, com o intuito de detectar as mudanças operadas na maneira de tratar de suas experiências familiares, corporais e sexuais.”
Sem delongas, Eurídice abre a introdução do livro já explicando objetivamente a que veio: mergulhar numa pesquisa minuciosa que respondesse de que forma as escritoras brasileiras se posicionam frente a temas ligados à corporeidade.
Para alcançar esse feito, a autora leu uma centena de títulos de romances, novelas, contos, das canônicas às mais atuais, e elaborou uma síntese crítica de 384 páginas. Dividido em cinco partes, o trabalho de Eurídice Figueiredo trata de gênero, cânone, ancestralidade, sistema patriarcal, temas encontrados e pinçados das obras que pesquisou, como erotismo, gravidez, aborto, maternidade, estupro, incesto, menstruação, TPM, relações abusivas, automutilação, prostituição, lesbianidade, velhice.
“As autoras têm demonstrado cada vez maior liberdade na escrita ficcional de aspectos que envolvem seus corpos.”
Uma preciosidade que nos apresenta obras importantes pouco conhecidas, quase nunca (ou nunca) citadas e também nos reapresenta obras já conhecidas, sob seu olhar afiado, numa escrita habilidosa, de fácil compreensão. Fiz descobertas maravilhosas sobre autoras já conhecidas e fui atrás de outras tantas, de quem não tinha ouvido falar. Alguns títulos me chamaram tanto a atenção, que comprei durante a leitura e fui lendo e estudando, acompanhada pela crítica de Eurídice Figueiredo.
Excelente leitura, boas surpresas, imprescindível para quem estuda feminismo e literatura escrita por mulheres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário